segunda-feira, 9 de maio de 2011

Fora de Escala de Manuel Baptista


     Enquanto professora da Universidade Sénior do Concelho de Benavente, levei um grupo de alunos ao Museu da Electricidade, em Lisboa. Durante o tempo em que estivemos à espera foi-nos possível ver a exposição do artista Manuel Baptista que dava pelo nome Fora de Escala.
     
     O artista plástico Manuel Guerreiro Baptista nasceu em Faro em 1936. Em 1957 chegou a Lisboa para se licenciar em Pintura na ESBAL em 1962. Entre os anos de 1962 e 1963 foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, e a partir do ano de 1964 começou a leccionar na ESBAL, cargo que abandonou em 1972. Enquanto aluno, interessava-se pelo abstraccionismo e, efectivamente, os seus quadros abstractos eram inovadores no meio lisboeta, desde a técnica à concepção informalista. Baptista colava sobre a tela pedaços de panos e de cordéis que pintava depois, obtendo formas em relevo. 
     Na obra de Manuel Baptista nota-se uma evolução plástica, mas sobretudo a capacidade de retomar temas, reorganizar projectos, reestruturar questões. Assim, para entender o seu trabalho mais recente, há que mergulhar no arquivo suspenso das suas formas, projectos, composições e desenhos.

     A exposição "Fora de Escala" revela um trabalho desconhecido de Manuel Baptista, através das obras projectadas pelo artista nas décadas de 1960 e 70. 



     As temáticas apresentadas são bastante comuns no quotidiano (envelopes, camisas com gravata), pinturas e desenhos que demonstram o seu trabalho, incluindo ainda elementos de cenografias e paisagens (como por exemplo falésias). Mas a utilização de materiais como o néon ou o alumínio e o tamanho das peças criadas provam a inovação desta obra no seu tempo histórico. 



     Embora a moderação das tonalidades e as referências paralelas ao natural e ao artesanal travem uma associação fácil à Pop Art, Manuel Baptista, que no início dos anos 1960 foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, assume um manifesto interesse no trabalho de artistas desse período.
  


    Pessoalmente, a exposição estava fantástica. Algo para ser visto novamente. 














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